quinta-feira, 17 de junho de 2010

Em que Fila você esteve?

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Memórias
por Dani Pagnoncelli

De começo, meio e fim, um cenário que impressiona. Depois, as imagens religiosas acompanhadas – ou misturadas – de marionetes. Tensão, tensão, tensão.

Complicado dizer até que ponto classificar uma peça como “Memórias da Cana” de boa ou má, ou mesmo se seria justo fazer tal julgamento, sobretudo em se tratando de termos tão relativos. Bem lá no fundo, acredito que todos os espectadores saíram desnorteados ao final. Uns por associarem às atrocidades vistas em novelas de época, outros porque tentavam adivinhar que o “sinhozinho” era mau e a esposa uma santa. Lugares-comuns, como a intensa atividade sexual do dono da fazenda satisfazendo-se com negrinhas escravas virgens.

A segunda parte (será que poderei chamá-la assim) do espetáculo ocorria com ímpeto, quando um dos filhos simplesmente arrancava o cenário e a casa literalmente caía.

Algumas revelações, como a talvez incestuosa relação entre irmão e irmã, ambos servindo a religião e o amor incestuoso entre mãe e filho, pai e filha, puderamm chocar no começo, mas a insistência sobre exatamente a exploração deste “tabu” na peça, tornou-se artifício cansativo no final. Em outras palavras: Todas as revelações eram em torno de incestos! Bem colocado, mas ficou batido.

Revelações densas, corpos que transmitiam o sofrimento do espírito, clima pesado, energia refreada, quase possível apalpa-la.

Sem dizer se foi bom ou ruim, despertou memórias, ou seriam conhecimentos advindos de leituras?

Cada sensação ficou visível nos rostos de toda platéia transfigurada, atingida, violentada, invadida.

O vazio que deu lugar ao incômodo.



A peça Memória da Cana foi apresentada nos

dias 11, 12 e 13 de junho de 2010 no Teatro FILO


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